O povo egípcio mostrou ao mundo a sua garra. Mas foi a capacidade de união que deu a vitória aquele povo.
Que sentido de comunidade, num povo esmagado pela tirania politica e económica, com um rendimento per capita tão baixo. As divisões religiosas, as divergências politicas, as divergências pessoais, foram ultrapassadas.
A propósito do poder, respondem os espíritos às questões 931 e 932, de Allan Kardec, em "O Livro dos Espíritos":
931. Por que são mais numerosas, na sociedade, as classes sofredoras do que as felizes?
“Nenhuma é perfeitamente feliz e o que julgais ser a felicidade muitas vezes oculta pungentes aflições. O sofrimento está por toda parte. Entretanto, para responder ao teu pensamento, direi que as classes a que chamas sofredoras são mais numerosas, por ser a Terra lugar de expiação. Quando a houver transformado em morada do bem e de Espíritos bons, o homem deixará de ser infeliz aí e ela lhe será o paraíso terrestre.”
932. Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
“Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.”
No Egipto, que para mim se diz e escreve com "p", por enquanto, os bons (ou seja, os que , ao momento, são moralmente mais avançados), venceram com base na força que a união lhes trouxe.
O problema agora, é o que se vai suceder. Ainda que o mais provável seja uma situação tal como a caracterizada por George Orwell, na fábula "O triunfo dos porcos", ficamos a torcer para que, pelo menos, seja nomeado alguém para governar que consiga proporcionar a melhoria das condições de vida daquele povo. Ainda que os governantes se "governem" bem a si mesmos, pois a missão deles é difícil, que mereçam a recompensa, pelos serviços prestados ao seu povo.
Gostava, por fim, de esclarecer que parte das democracias da Europa, do mundo, tais como a portuguesa, não estão assim tão longe do "Faraó" deposto. Mas os portugueses estão longe da capacidade de união do povo egípcio. Ainda há pouco mostraram o seu alheamento, com uma tão elevada abstenção, nas últimas eleições. Numa época em que é tão preciso mostrar, pela positiva, a todos os políticos ,que estamos cá, que estamos atentos, olhámos para o lado, a assobiar, como se não fosse nada connosco.
Os governantes aqui, tal qual o velho Faraó, olham o povo das classes média baixa e baixa, de cima para baixo, como se se tratasse de gente de segunda. A aparência de liberdade e democracia, esconde grande hipocrisia, em muitos dos políticos, sejam eles do governo ou na oposição. O voto é livre, os representantes são eleitos, mas o poder não é o do povo. O interesse do conjunto, das Nações, está a ficar para trás. A solidariedade para com aqueles que são mais fracos, que não têm voz, é cada vez menor.
Aprendamos com o povo Egípcio e votos de sucesso para a revolução das ruas desse povo milenar, cuja história tanto marcou a humanidade.
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