Para que o conhecimento espiritual seja útil, não basta memorizar a informação: é necessário que o indivíduo a aceite para si e a interiorize. A aceitação deve ser simultaneamente da razão (entender) e do coração (sentir). Primeiro é preciso estudar o assunto, sem preconceitos, e, depois, então, teremos bases para aceitar ou para rejeitar a visão da vida que nos é proposta.
MAS O QUE É ISSO DE ESPIRITUALIDADE?
PODERÁ A ESPIRITUALIDADE SER RACIONAL?
ESPIRITUALIDADE E CIÊNCIA SERÃO INCOMPATÍVEIS?
Conhecimento espiritual não é uma fórmula para ter sucesso material aqui na terra, é antes resposta às velhas questões essenciais:
O que faço aqui?
De onde venho?
Para onde vou?
Qual o sentido último do Universo e da existência humana?
Kant, lançando as bases da moderna Antropologia Filosófica, resume estas indagações numa só: "Que é o Homem?"
Por mais que procuremos, três caminhos apenas se abrem: da religião, da filosofia e da ciência.
Como nos demonstra a história da humanidade, as teorias científicas evoluem e, mesmo em ciência, não há certezas absolutas. Os mesmos factos podem vir a ser interpretados, no futuro, de outras formas, com base em novas tecnologias e novas perspectivas de abordagem da realidade. Assim acontece também com o conhecimento espiritual, vai evoluindo com a humanidade.
Ao criar este blogue, é nossa intenção fornecer informação e pistas para que o leitor que ainda não se dedicou ao estudo, possa encontrar uma nova perspectiva para a espiritualidade. O julgamento sobre a utilidade e a viabilidade dessa perspectiva cabe ao leitor.
A nossa atenção deve virar-se para uma fé baseada na razão, como fonte segura para se encontrarem as respostas necessárias a tudo o que actualmente nos rodeia. E é unindo a teoria à prática que se fecha o círculo do saber.
Já há 500 anos a.c, Gautama, o Buda, dizia:
“Não creiais em coisa alguma pelo facto de vos mostrarem
o testemunho escrito de algum sábio antigo.
Não creiais em coisa alguma com base na autoridade
de mestres e sacerdotes.
Aquilo, porém, que se enquadrar na vossa razão e,
depois de minucioso estudo, for confirmado pela vossa experiência,
conduzindo ao vosso próprio bem e ao de todas as outras coisas vivas:
A isso aceitai como Verdade.
Por isso, pautai a vossa conduta.”
Sem dúvida que na ausência de factos, a dúvida é a opinião do homem prudente…
Albert Einstein (1879-1955) afirmou:
"A percepção do desconhecido é a mais fascinante das experiências. O homem que não tem os olhos abertos para o misterioso, passará pela vida sem ver nada. Estamos começando a conceber a relação entre a ciência e a religião de um modo totalmente diferente da concepção clássica. Afirmo com todo o vigor que a religião cósmica é o móvel mais poderoso e mais generoso da pesquisa científica. A ciência sem a religião é paralítica; a religião sem a ciência é cega."
Pegando também nas palavras de Richard C. Halverson, pastor americano, “No início, a igreja era um grupo de homens centrados no Cristo vivo. Então, a igreja chegou à Grécia e tornou-se uma filosofia. Depois, chegou à Roma e tornou-se uma instituição. Em seguida, à Europa e tornou-se uma cultura, um negócio.”
Não restam dúvidas de que Jesus foi o espírito mais avançado que alguma encarnou na terra. Os evangelhos, que relatam uma parte da sua vida e reproduzem as suas palavras, demonstram a inegável elevação moral e intelectual do autor, nós acreditamos nisso.
Hippolyte Rival, um académico do séc. XIX, matemático e pedagogo, adoptou o pseudónimo “Allan Kardec”. E foi ao descobrir a obra de Allan Kardec (a quem foi dado investigar os fenómenos de natureza espiritual e legando à humanidade uma obra) que se fez luz para nós.
Kardec chamou a essa nova doutrina de Espiritismo, Doutrina dos Espíritos ou Doutrina Espírita.
É necessário estudar Kardec, conhecer Kardec, para viver Jesus. “Jesus é o Mestre por excelência e Allan Kardec é o discípulo fiel”, já o dizia Bezerra de Meneses.
Nós identificamo-nos com a Doutrina Espírita, mas não com todos os livros espíritas que são publicados, com visões muito diferentes da vida em relação à Doutrina codificada por Kardec, e cuja fonte de credibilidade reside apenas na credibilidade pessoal de alguns, dispensando a rigorosa metodologia de verificação a que essas obras deveriam ser submetidas antes de serem apresentadas ao público. Não abdicamos da nossa liberdade de pensamento e expressão do mesmo, nem nos sentimos presos a organizações ou a pessoas por se dizerem espíritas.
Já imaginaram se, a ciência, em vez de usar os métodos científicos, começasse agora a admitir que basta a credibilidade pessoal ou profissional do cientista, para validar o conhecimento? As melhores pessoas podem enganar-se e ser enganados. Nem em nós mesmos podemos confiar em absoluto.
E é bom recordar que ser médium não significa ser espírita, nem ser espírita significa ser médium: há médiuns espíritas como os há ateus e de todas as religiões e crenças. Ser espírita é, simplesmente, ser adepto das ideias essenciais da obra de Kardec, ou seja as relacionadas com a espiritualidade, é alguém que encontrou o mapa do tesouro espiritual…
A posição espírita em relação à vida, não é mais do que o que ensinou Jesus de Nazaré que, bem interpretado, conduz à solidariedade, à preservação do corpo físico, evitando aquilo que o possa danificar e acelerar a sua inevitável degradação, à compreensão de que o amor, a tolerância, o perdão, a paz são objectivos indispensáveis ao progresso da humanidade.
“Moisés lavrou, o Cristo semeou, o Espiritismo vem colher”, não o afirmou Kardec?
O Espiritismo não condena, mas esclarece; não ameaça, consciencializa. E muito mais que revelar o mal que há no homem, tem por objectivo ajudá-lo a encontrar o Bem. Motiva o auto-conhecimento e auto-aperfeiçoamento.
A Doutrina Espírita não é proselitista - não faz questão de conversões - o que ela vem oferecer são novas respostas aos velhos problemas do homem.
“O Espiritismo não existe para as pessoas que estão satisfeitas com a sua fé, mas para aqueles que não estão satisfeitos. O Espiritismo é a chave da Bíblia e dos Evangelhos: o Livro dos Espíritos é sequência histórica e desenvolvimento natural da Bíblia. Deve-se concluir que a Bíblia é um erro? Não; mas que os homens se equivocaram ao interpreta-la. O verdadeiro Espírita não é o que crê nas comunicações, mas o que procura aproveitar os ensinamentos dos Espíritos. De nada adianta crer, se sua crença não o faz dar sequer um passo na senda do progresso, e não o torna melhor para o próximo" – Allan Kardec
Mas qual será então o futuro do Espiritismo?
- Léon Dennis, Emmanuel e Wantuil de Freitas respondem, respectivamente,a esta questão:
"O Espiritismo será o que dele os homens fizerem."
“Se o Espiritismo será a Religião do futuro? Não. O Espiritismo será o futuro das religiões.”
“O espiritismo caminhará com os homens, sem os homens e apesar dos homens…"
O Espiritismo é uma ciência que trata da natureza, origem e destino dos Espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal.
O Espiritismo apresenta-se sob três aspectos diferentes:
- O das manifestações, o dos princípios de filosofia e moral que delas decorem, e o da aplicação desses princípios. Daí as três classes, ou antes, os três graus dos seus adeptos:
- Os que crêem nas manifestações e se limitam a constatá-las: para eles, é uma ciência de experimentação;
- Os que compreendem as suas consequências morais;
- Os que praticam ou se esforçam por praticar essa moral.”
Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Conclusão, VII)
Bom estudo para todos.
Por CEDAK.PT: Sérgio Machado
participe enviando-nos os seus estudos para:
cedak.pt@gmail.com
Deixamos a seguir vários filmes que mostram como tudo começou para Kardec:
Como posso consultar as tuas fontes de informação?
ResponderEliminarObrigado pela atenção
ResponderEliminarSugerimos o site:
www.adeportugal.org
Lá pode fazer o download dos livros de Kardec, assistir a entrevistas televisivas, de rádio, etc.