segunda-feira, 28 de março de 2011

Os ambientalistas e a barragem da Foz Tua

Acabei de ver nas noticias um protesto da QUERCUS, para acabar com a construção da barragem de Foz Tua. O mesmo tipo de projectos que cancelou, em 1995, a construção de barragens, que previam aproveitar os fundos europeus e que haviam sido projectadas durante os governos de Cavaco Silva (que é o plano energético ainda em vigor). Tudo isso por Foz Coa, nesse tempo. 

A energia que chega a nossas casas, que nos permite acender a luz, ligar o computador, ter frigorífico, etc., tem de vir de algum lado. A maior contribuição para as energias renováveis são as barragens. A energia solar e eólica, embora renováveis, economicamente ainda  não são viáveis, nem têm possibilidades de substituir as outras energias em quantidade. 

O nosso mix energético contém energia eléctrica importada que vem de centrais nucleares espanholas e dos poluentes e caros combustíveis fosseis, que podemos substituir, em parte, pela biomassa, que leva a limpar as nossas florestas (pois trata-se de energia captada dos restos das florestas). As centrais nucleares, como podem ver no Japão, não são suficientemente seguras, pois a natureza não limita a destruição aos níveis que o homem planeia.  Não construindo barragens é difícil por fim ao  nuclear.

Mas, mais do que contribuir para a redução das nossas importações e dos custos da energia eléctrica (infelizmente muito mais para beneficio mais da EDP do que dos portugueses), as barragens são fontes fantásticas de vida selvagem. A água é um elemento crucial na vida de toda a natureza, e por isso foi utilizada por Jesus para simbolizar também a vida espiritual, que é a vida por detrás da vida material. O mundo vegetal, as árvores, libertam oxigénio durante o dia, ajudam a criar condições para chover e para acabar com a desertificação.

As barragens são enormes reservas de água, que nos permitem enfrentar tempos de seca. A rega para as propriedades agricolas, que, sem água, têm de deixar de morrer cruelmente o gado de sede, como vemos nos telejornais em Verões mais duros. São progresso para regiões condenadas ao abandono. As potencialidades turisticas aumentam imenso com as barragens, pois a água é grande uma fonte de actividades de lazer.

Supomos que há uma ou outra espécie rara ameaçada pela barragem. Será que poluir menos o planeta não compensa isso? Para além de tudo o mais, a natureza tem uma grande capacidade de adaptação muito grande. A própria natureza submete as espécies animais e vegetais a grandes cheias. A barragem não é mais que uma grande cheia e enche progressivamente. A vida natural aumenta na região da barragem. Há que ser inteligente, sacrificando até eventualmente um pequenino mal ao progresso do conjunto: homens e restante natureza que vão beneficiar.      

Não sou ninguém, não quero ter razão, apenas alerto para que as pessoas não adiram a fantasias. Admiro a QUERCUS, que tem uma actividade meritória, mas, desta vez, está a servir interesses políticos e não a proteger verdadeiramente, de uma forma global, o ambiente e o bem estar dos portugueses. A defesa do ambiente tem de ser equacionada em todas as suas vertentes.

Este assunto toca-me bastante, para além disso sou engenheiro electrotécnico e sei minimamente do que falo, por força da minha profissão.

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